A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA RETORNA AO TEATRO CULTURA ARTÍSTICA, EM SÃO PAULO
A história da Orquestra Sinfônica Brasileira com o Teatro Cultura Artística começou em 1952, e, desde então, foram mais de sessenta apresentações da orquestra no espaço. Celebrando essa história de longa data, a OSB retorna ao palco do teatro nos dias 4 e 5 de julho, para dar início à série OSB no Cultura Artística, com o mesmo programa do primeiro espetáculo realizado na casa, 73 anos atrás. Sob a batuta do maestro mexicano Enrique Diemecke e com a participação especial do pianista italiano Gabriele Strata, o repertório contempla obras de Francisco Braga, Sergei Rachmaninoff e Ludwig van Beethoven.
Francisco Braga é frequentemente lembrado como o compositor por trás do Hino à Bandeira. A associação, embora marcante, não dá conta de abarcar a riqueza e a variedade da produção do artista, que inclui desde peças para piano a missas, passando por música de câmara, obras orquestrais e mesmo óperas. Dotado de refinamento orquestral e consciência formal, o brasileiro imprimiu sua força imaginativa em toda a sua obra, fato que se atesta no inspirado Episódio Sinfônico que abre este programa. Espécie de prece orquestral, a composição toma de empréstimo excertos de O templo, poema de Gonçalves Dias, para a partir dele pintar uma paisagem musical serena e expansiva.
Sergei Rachmaninoff não era exatamente um compositor atormentado pela escassez de ideias. Pelo contrário: a fluência de sua inventividade era tal que, por vezes, seu grande desafio era o de cortar excessos. Em 1897, no entanto, um episódio desastroso chacoalharia sua dinâmica criativa: a recepção desastrosa de sua Sinfonia nº 1. Compôs três concertos para piano e orquestra dos quais ouviremos o nº 2. Deprimido e arrasado, o russo atravessou três anos difíceis, nos quais não escreveu uma única obra de fôlego. A superação viria através do encontro do Dr. Nikolai Dahl, com quem se submeteu a um tratamento de hipnose, e a quem dedicaria seu primeiro trabalho pós-crise: o Concerto para Piano e Orquestra Nº 2, Op. 18, em Dó menor. A obra foi um sucesso instantâneo e marcou o fim da paralisação criativa. O pianista italiano Gabriele Strata, vencedor do Prêmio OSB no Festival Internacional de Piano de 2023, se junta à orquestra para apresentá-la.
A relação entre biografia e obra, tão evidente no Concerto No. 2 de Rachmaninoff, também se manifesta na obra que encerra o programa: a Sinfonia Nº 5 de Ludwig van Beethoven. Uma das composições mais emblemáticas de todo o repertório ocidental, a Quinta foi concluída em 1808, ano terrivelmente difícil para o mestre de Bonn, marcado por escassez financeira, medo da surdez iminente e desavenças familiares, além de tensões no aspecto político do Império Austríaco.
PROGRAMA:
FRANCISCO BRAGA – Episódio Sinfônico
SERGEI RACHMANINOFF – Concerto nº 2 para piano e orquestra
I. Moderato
II. Adagio sostenuto
III. Allegro scherzando
- INTERVALO -
LUDWIG V. BEETHOVEN – Sinfonia nº 5, em Dó menor, Op. 67
I. Allegro con brio
II. Andante con moto
III. Scherzo. Allegro
IV. Allegro
SERVIÇO:
OSB no Cultura Artística
Dia 4 de julho (sexta-feira), às 20h
Dia 5 de julho (sábado), às 17h30
Local: Teatro Cultura Artística (R. Nestor Pestana, 196 - Consolação, São Paulo - SP)
Ingressos: Setor 1 - R$ 160,00 | Setor 2 - R$ 140,00 | Setor 3 - R$ 80,00 | Setor 4 - R$ 50,00
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 85 anos de trajetória ininterrupta, a OSB é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
A Orquestra Sinfônica Brasileira obteve a regência de grandes e renomados maestros, entre eles, de Eleazar de Carvalho, seu fundador em 1940; de Henrique Morelembaum, David Machado, Mozart Souza Lima, Francisco Mignone, Armando Belardi, Mario Tavares, Santiago Guerra, Roberto Tibiriça, Edoardo De Guarnieri, Isaac Karabtchevsky (1969-1994); Sergiu Celibidache, Igor Stravinsky, Eugene Kohn, e acompanhou solistas da envergadura de Magdalena Tagliaferro, Antonio Lauro Del Claro, Guiomar Novaes, Jacques Klein, Antonio Guedes Barbosa, Nelson Freire, Paulo Gori, Arnaldo Cohen, Placido Domingo, Aprile Millo, Corneliu Murgu, Stefka Evstalieva, Carlo Bergonzi, Fernando Teixeira, Lahia Rachid, Andreson Cianni, Gloria Queiroz, Nelson Portella, Luiz-Ottavio Faria, Jennifer Larmore, Maria Lúcia Godoy e Antonio Menezes.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos e apresentações especiais, acompanhou récitas de óperas e concertos líricos além de um amplo projeto de educação musical e democratização de acesso à cultura. Viajou por várias capitais brasileiras como Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Salvador entre outras do continente sul americano.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação OSB conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale, Shell, Itaú, NTS - Nova Transportadora do Sudeste, Bermudes Advogados, Brookfield e CYMI como patrocinadores, Bradesco e Safra como patrocinadores de série, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.
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