PORGY AND BESS DEVASTADA: A SUSTENIDOS SACRIFICA A ÓPERA EM NOME DA IDEOLOGIA

 Palco ou Palanque? Porgy and Bess Transformada em Discurso Social

           Latônia Moore domina a cena como Bess

Após 33 anos de ausência no Theatro Municipal de São Paulo desde a produção da Opera da Virgínia, apresentada em maio de 1992 pelos Patronos do Theatro Municipal , retornou ao palco paulistano a ópera Porgy and Bess. A nova produção estreou em 19 de setembro p.p., diante de uma sala com apenas um terço da lotação vendida. O restante do público foi preenchido, ainda que de forma parcial, pelos ingressos distribuídos na tradicional fila da última hora. Tal quadro apenas confirma o visível afastamento dos antigos habitués do Municipal, fenômeno que já se observa há algum tempo neste centenário teatro.

A Orquestra Sinfônica Municipal, sob a batuta quase permanente de Roberto Minczuk, revelou-se logo na abertura: marcada pelo estalar dos pratos da percussão, soou frouxa, pouco integrada e monótona. Essa fragilidade manteve-se ao longo da partitura, cuja instrumentação densa inclui, na seção de metais, três saxofones  ainda que o instrumento seja, em essência, de madeira com embocadura simples. Vale lembrar que no jazz seu expoente maior foi o consagrado Sonny Rollins, ídolo incontestável entre os aficionados do gênero.

No decorrer do segundo ato, os problemas se agravaram: as trompas desafinaram, comprometendo a homogeneidade do conjunto e reforçando a impressão de uma execução aquém do esperado para uma obra dessa relevância.

Na sexta-feira (19), a Prefeitura recebeu um ofício do Tribunal de Contas do Município (TCM), que exigiu em até 48 horas explicações sobre a abertura de um novo chamamento público para definir a próxima gestora. O próprio prefeito admitiu que será necessário firmar um contrato emergencial para garantir a continuidade das atividades do complexo até a conclusão da licitação.

A Sinfônica Municipal de São Paulo, entretanto, continua sendo tratada com evasivas, sem o devido preparo técnico-musical e sob a condução de um maestro que não demonstra compromisso profundo com o gênero operístico. A prova mais contundente foi a opção inaceitável de utilizar uma gravação de piano  evocando um “cabaré barato” no início da ópera de Gershwin, inclusive para o acompanhamento do coro interno. A cena repete o vexame já visto em Nabucco, quando se recorreu a gravações de banda no palco em lugar de músicos reais. Um desrespeito não apenas à obra, mas também à própria orquestra, aos estudantes da Escola Municipal de Música e à Orquestra Experimental de Repertório, que poderiam ter cumprido essa função de modo legítimo. Afinal, bastaria um piano de sonoridade envelhecida, evocando a década de 1920, para atender à intenção estilística de Gershwin. Em ópera, o público não paga para ouvir gravações: exige música ao vivo.

No plano visual, a cenografia de Marcelino Melo apostou na projeção de comunidades paulistanas atuais, mas o resultado foi de uma pobreza plástica desconcertante. No original, os cenários remetem a mansões decadentes transformadas em cortiços, contexto fundamental para o drama. Ao substituí-los por uma estética urbana genérica, perdeu-se densidade e força narrativa. Os figurinos de Alexandre Tavera, por sua vez, transformaram o palco em um carnaval colorido, transportando a ação para uma “realidade paulistana contemporânea” que em nada dialoga com a atmosfera da obra. A pergunta que se impõe: seria essa a melhor forma de “renovar” a ópera-jazz dos anos 1930? Gershwin teria aprovado?

A direção cênica de Grace Passô, ainda que respaldada por sua experiência no teatro, impôs ao espetáculo um recorte cultural das periferias brasileiras. O efeito, contudo, banalizou a singularidade da ópera, transformando-a em mero reflexo de nossa própria realidade urbana. O resultado foi previsível, pouco criativo e distante da força dramática que o original carrega.

Diante disso, é difícil afirmar que o espetáculo seja atraente ou inovador. Ao contrário: sua obsessão em destacar diversidade e pluralidade acaba desviando o foco daquilo que é essencial na ópera — a preservação do canto lírico e a valorização de novas vozes, nacionais e internacionais, capazes de perpetuar essa tradição.

A iluminação de Wagner Antonio foi um dos raros pontos altos, concebida com inteligência e sutileza. Já os movimentos de cena de Mário Lopes, executados por vários bailarinos, resultaram em exageros coreográficos cansativos, reforçando a mesma prolixidade e insistência temática da direção.

Em suma, a montagem revelou-se esteticamente pobre, musicalmente questionável e conceitualmente confusa  falhando em respeitar a essência da obra de Gershwin e, sobretudo, a expectativa legítima de quem frequenta o Theatro Municipal em busca de ópera de verdade.

Latonia Moore é um soprano lírico-spinto de qualidades indiscutíveis. Entre seus papéis mais emblemáticos estão Aida e Leonora (Il Trovatore), ambas de Verdi, e Micaëla em Carmen de Bizet. Sua carreira internacional inclui ainda Cio-Cio-San em Madama Butterfly no Metropolitan Opera e na Hamburg State Opera; Liù em Turandot na Royal Opera House, Covent Garden; Mimì  e Musetta em La Bohème na Semperoper Dresden; o papel-título em Tosca com a Opera Australia e a Washington National Opera; Elisabeth em Don Carlo (Opera Australia); Elvira em Ernani e Lucrezia em I due Foscari em Bilbao; Desdemona em Otello (Bergen National Opera); Serena em Porgy and Bess na English National Opera e na De Nationale Opera de Amsterdã; além de participação na Gala do 50º Aniversário do Metropolitan Opera. No repertório sinfônico, destaca-se sua interpretação da 2ª Sinfonia de Mahler com a Vienna Philharmonic, registrada pela Deutsche Grammophon.



Luiz-Ottavio Faria, Latônia Moore 

A Bess que apresentou nesta produção confirma plenamente sua reputação. Seu timbre belo e expressivo, aliado a uma técnica refinada de emissão e projeção, revelou interpretações de grande intensidade. Destacaram-se especialmente os duetos “Bess, you is my woman now”, momento de união das vozes após o registro do casamento, e “I loves you, Porgy”, transformado em um dueto amoroso apenas interrompido pelo prenúncio de furacão que encerra o 3º quadro do 2º ato.

O papel de Porgy coube ao baixo-cantante Luiz-Ottavio Faria, que o assumiu todas as sete récitas. Embora escrito originalmente para barítono, Faria conduziu o personagem com autoridade, explorando sua experiência adquirida em uma sólida carreira internacional. Carioca, formou-se no Rio de Janeiro com grandes professores de canto, entre eles o barítono Fernando Teixeira e, posteriormente pela Juilliard School of Music, em Nova Iorque, cidade onde reside. Seu repertório abrange papéis de Verdi, Carlos Gomes, Puccini, Ponchielli, Catalani, Bellini, Donizetti, Boito, Mozart, Stravinsky e Wagner. Nesta produção, apresentou uma voz aveludada, com graves sonoros de notável musicalidade, interpretados com sensibilidade e autoridade cênica.

O soprano colombiano Betty Garcés apresentou um “Summertime” de excelência técnica e musical, dando ao trecho mais popular da ópera um frescor interpretativo notável. Sua voz, de timbre quente e essencialmente lírico, revelou agudos sustentados em pianíssimo de grande beleza. O material vocal mostra plenas condições de interpretar personagens como Micaëla , Mimì , Musetta , Nedda , Norina, Adina, Despina, Serpina , Fiorilla , Zerlina , Marcellina, Salud; sempre com segurança e galhardia.

Já a Serena de Juliana Taino destacou-se de maneira memorável. Sua ária “My Man’s Gone Now”, cantada com espiritualidade dilacerante, constituiu o ponto de maior intensidade dramática da noite de estreia, arrancando a mais calorosa ovação do público.

O barítono dramático Bongani Kubheka encarnou Crown com presença algo rígida em cena, destacando-se apenas no trecho “You, Bess, hurry up; What you want wid Bess?”, ao lado de Latonia Moore.


Jean Willian é Sportin" Life 

O tenor Jean Willian apresentou emissão firme nos agudos e uma voz jovem, mas de características mais adequadas ao repertório de comédias musicais. Sua vocalidade entretanto não encontra sustentação estilística para o repertório operístico italiano, francês ou alemão.

O barítono Michel de Souza, como Jake, revelou desempenho irregular, sem homogeneidade nas intervenções vocais.

Por fim, a mezzo-soprano/contralto Edneia de Oliveira, de longa carreira lírica e camerística, optou por uma emissão excessivamente declamada, mais próxima da palavra falada do que do canto propriamente dito.

Merece menção o desempenho do soprano lírico-ligeiro Elisete Gomes, cuja participação no canto do velório (Spiritual) apresentou voz bem projetada, afinada e de resultado satisfatório. Igualmente se destacou o mezzo-soprano Mere Oliveira (Annie), particularmente eficaz no spiritual "Doctor Jesus" na cena da tempestade, ao lado do tenor Samuel Martins (Peter), também convincente nesse momento dramático.

Já o coro de Porgy and Bess, formado por integrantes do Coral Paulistano e do Coro Lírico Municipal, acrescido de cantores convidados de origem não informada, deixou dúvidas quanto à sua real consistência artística. Sob a regência de Mara Ferreira, sua função pareceu mais voltada a sustentar a proposta cênica da diretora Grace Passô  marcada pela ênfase na pluralidade, diversidade e no discurso social do que a atender às exigências estilísticas próprias da obra de Gershwin.

Em resumo, assistimos a mais uma das lacrações planejadas e promovidas pela direção artística do Theatro Municipal e pela Sustenidos Organização Social de Cultura, cujo mandato agora se encerra, por determinação do Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de São Paulo.



Retratação

Em respeito às mensagens que tenho recebido de leitoras e leitores, sinto-me na obrigação de fazer um adendo a minha crítica “Porgy and Bess devastada: a Sustenidos sacrifica a ópera em nome da ideologia” (21 de setembro de 2025), publicado no blog Crítica com o Seta.

Após nova apuração e confirmação por parte de espectadores presentes, fui informado de que o pianista Leandro Roverso estava de fato no palco executando ao vivo a parte de piano no início da ópera, acompanhando o coro interno. Em razão da posição em que me encontrava na plateia, não o avistei, o que me levou ao erro de presumir que aquela passagem era uma gravação.

Assim, peço desculpas pelo equívoco. Desconsidero minha afirmação de que se tratava de som gravado naquela parte do performance, reconhecendo que se tratou de execução ao vivo pelo pianista.

Mantenho demais comentários e críticas sob os mesmos termos, mas corrigo essa informação para que o registro seja fiel à realidade.

Agradeço àqueles que apontaram essa falha editorial meu compromisso é com a precisão, com o público e com a verdade artística.


Marco Antônio Seta

Comentários

Anônimo disse…
Fora sustenidos!!!
Anônimo disse…
O texto publicado não se sustenta como crítica, mas como um discurso carregado de preconceito e intolerância. Quando diversidade, atualização de linguagem e novas leituras são tratadas como sinônimos de “destruição” ou “vexame”, o que transparece é uma postura fascista, que tenta impor uma visão única e autoritária do que deve ou não ser considerado arte.
Porgy and Bess nasceu como uma obra que denuncia marginalizações e dá voz a personagens historicamente silenciados. É incoerente deslegitimar tentativas de atualização justamente porque elas buscam aproximar a ópera do público contemporâneo e de sua realidade social. Rejeitar isso não é defender tradição é perpetuar exclusão.
A crítica, ao invés de analisar musicalidade, encenação ou impacto artístico, prefere se apoiar em termos moralizantes e depreciativos como “lacração”, evidenciando não rigor estético, mas preconceito enraizado. O resultado é um texto que mais se parece com panfleto ideológico do que com análise cultural.
Quem escreve dessa forma não está interessado em ópera, mas em usar a arte como trincheira para difundir intolerância e deslegitimar avanços sociais.
Anônimo disse…
Esse texto só mostra intolerância e desrespeito. A arte é feita para abrir espaço, incluir e dialogar, não para impor preconceitos e fechar portas.
Marco Antônio Seta disse…
Pois é justamente isso, Anônimo que não quer se identificar ! Quem faz ópera desse jeito que se vê atualmente no teatro de ópera, ( o Municipal de São Paulo), mas em usar a ópera como trincheira para infundir ao público as ideias desses diretores que se dizem teatrais, e que nunca dirigiram uma ópera sequer, o que é básico, para se subir ao palco do Theatro Municipal de São Paulo ou outro desse quilate como o do Rio de Janeiro ou Theatro Amazonas e Theatro da Paz em Belém do Pará; resultando disso uma encenação incongruente, cheia de falhas, que priorisa a cena mal dirigida, em detrimento da música de George Gershwin, preterindo- a ao segundo plano. A ópera enfraquecida por uma direção capenga que embola as cenas de conjunto e principalmente, deixa à deriva os seus protagonistas a Bel prazer.
A ópera é um espetáculo principalmente musical, vocal e não deve sobrepujar a arte dramática, preterindo- a parte vocal da cena, colocando muitas vezes os figurantes à frente dos cantores solistas, inclusos os protagonistas......quer prova maior disso !
Ao final da estreia recebem buquets de flores Grace Passo e seus assistentes !
E os protagonistas da ópera , os sopranos da ópera; Latonia Moore, Betty Garcês, Juliana Taino e o baixo cantante Luiz-Ottavio Faria ficaram a ver navios, sem uma homenagem sequer.... Correto isso ? Onde isso se aprovaria então ?
Nós grandes teatros, eles seriam os merecedores de flores, placas e demais honrarias ! Está tudo pelos acessos hoje no Theatro Municipal de São Paulo. Outra: o que era aquilo no saguão do teatro no intervalo... ?
Havia um som de DJ lá instalado com gente fazendo expressões corporais...seriam os personagens inseridos na ópera que saíram do palco para testificar e ou vivenciar a história da ópera ? Ou não tem nada a ver ?
Qual era a meta então.
Inédito no saguão do Municipal de São Paulo !Fascista é quem escreve no anonimato, cobrindo o rosto se fazendo de não identificado.
Vá dormir e comer alface com pão e água. Ou durma em jejum.


Roberta Gelio Mancini disse: Essa crítica de Marco Antônio Seta é verossímil. Onde você, Anônimo, assim o diz: "A crítica, ao invés de analisar musicalidade, encenação ou impacto artístico, prefere se apoiar em termos moralizantes e depreciativos como “lacração”, evidenciando não rigor estético, mas preconceito enraizado. O resultado é um texto que mais se parece com panfleto ideológico do que com análise cultural.
Quem escreve dessa forma não está interessado em ópera, mas em usar a arte como trincheira para difundir intolerância e deslegitimar avanços sociais"; é JUSTAMENTE ao contrário que ele o faz.
Seta analisa individualmente e musicalmente cada um dos solistas participantes da ópera e o faz de maneira ímpar, conhecedor do que escreve, especialmente como músico de formação sólida. E justifica plenamente os por quês das insistências aos temas da pluralidade existencial e às diversidades existentes em todos os ambientes da atual sociedade. Isso tudo não é novidade a ninguém e dispensa, naturalmente a premissa de se insistir em frisar tais temas, não se caracterizando preconceito ou outra nomenclatura a que você se pronuncia tais como: preconceito, intolerância e exclusão. Estude mais e tire as suas conclusões.
Por outro ângulo você saiba que a ópera não foi criada para frisar essas filosofias. Ela foi criada como obra de arte, musical principalmente, e por conseguinte, ela tem a função de mostrar, através da música propriamente dita, as expressões do compositor, perante um enredo já instalado no libreto, como premissa dos autores envolvidos enquanto libretistas da ópera. Ópera é Arte, é teatro musical e é Cultura acima de tudo. Concluindo o crítico musical Seta não é preconceituoso, não é exclusivista, nem exclusionista, e tampouco é intolerante, como você o classifica. Seta é um crítico abalizado, competente e experiente, acima de tudo conhecedor do teatro lírico, há um lustro, desde a década de 1960 frequenta a ópera e sou testemunha viva disto. Ele não é um paraquedista oportunista no meio da linguistica jornalística, e muito menos, um crítico desinformado daquilo que escreve na mídia ou em jornais diversos a que já colaborou.
22 de setembro de 2025 às 09:33
Marco Antônio Seta disse…
Opera é um drama musicado ou uma comédia musicada. E a cena pode se instalar como recurso cênico para complementar o espetáculo, muitas vezes fazendo-o brilhar, desde que não se imponha à arte vocal dos solistas, pois a ópera é um espetáculo completo, incluindo muitas esferas das artes; afirmando-se inclusive complexo, entretanto, onde a voz e a performance dos cantores está em primeiríssimo foco a ser conferido pelos espectadores...
O avesso se tornou a verdade no Theatro Municipal de São Paulo. Não vou mais já faz tempos .
Mario Sancigolo Jr disse: O avesso se tornou a verdade no Teatro Municipal de São Paulo. Não vou mais, já faz tempos. A lacração está lá, em todas as óperas.
Anônimo disse…
Seta brilha em seu comentário, fruto de muito amor e dedicação pela arte. Assisti ao espetáculo e concordo com a abordagem. Não penso que ele escreve de forma preconceituosa, pelo contrário, ele escreve abalisado em firme conhecimento musical de anos como músico, jornalista, e professor. Portanto, espero que o próximo gestor seja mais comprometido com a ópera ea programação .musical de nossa querida São Paulo.
Anônimo disse…
Meu caro... sua opinião é válida, assim como tantas outras. Mas, por favor... não desmereça o trabalho do grande pianista Leandro Roverso, que trabalhou todo santo dia na produção e tocou ensaios e está tocando as récitas. Se ele é tão perfeito a ponto de parecer gravação, não é culpa dele. Mas por favor, retire a parte da mentira de ser uma gravação, o profissional não tem nada a ver com o seu engano enganoso enganado.
Prezado: vou reiterar atendendo o seu educado comentário. Converso com pessoas civilizadas e não com aquelas que ofendem quando aqui escrevem, sem o mínimo de respeito com a liberdade de expressão. Lamentavelmente ! Aguarde.
Anônimo disse…
Se o crítico considerar que cometeu um equívoco, demonstra não apenas humildade intelectual, mas também respeito ao público e aos profissionais envolvidos na obra; ao mesmo tempo, acrescentar informações relevantes enriquece a análise, amplia a compreensão do espetáculo e garante que a crítica cumpra seu papel de registrar, interpretar e orientar de maneira justa e responsável.
Júlia Carioca disse…
Concordo com vários pontos da crítica, mas quando fala que não tinha pianista, aí foi engano. Ele estava lá, tocando firme durante toda a ópera.
Anônimo disse…
Não gostei da montagem, mas vi que o pianista fazia a parte dele ao vivo. A crítica poderia ter se atentado a esse detalhe.
Raquel Mendes disse…
O uso de microfones deixou alguns cantores desbalanceados, uns mais altos que outros, ficou desigual.
Anônimo disse…
Nunca tinha visto ópera com microfone. Pra mim soou forçado, como se quisessem esconder falhas.
Anônimo disse…
Achei muito importante a sua retratação. Errar é humano, mas reconhecer e corrigir em público mostra respeito com os artistas e com o público. O pianista estava lá sim, e foi bonito ver o cuidado dele ao acompanhar. Essa correção só fortalece a sua crítica, porque mostra que você está comprometido com a verdade.
Anônimo disse…
Corrijo é com "J"
Marco Antônio Seta, crítico de ópera disse…
Julia Carioca; obrigado por concordar com vários pontos desta crítica; ao me retratar sobre a presença do pianista, acho que fica aqui o texto integralmente e intacto, para todos refletirem as falhas e as qualidades do elenco supra citado. Em suma foi um espetáculo irregular sob todos os aspectos e, precisaria de uma previsão muito mais técnica e cuidadosa, para que se fluísse um espetáculo que ficasse na história deste imenso e tradicional Theatro Municipal de São Paulo.